Livro: L´Infinitude de La Vie


De: Monique e Jacques Blanc-Garin
Edition Alphee – Jean-Paul Bertrand

Sobre os autores:
Jacques buscou conhecer a Trans-comunicação quando do falecimento de sua primeira esposa. Tendo se certificado da veracidade das vozes, desde então desenvolveu amplo trabalho de divulgação. Vindo a se casar posteriormente com Monique, passaram a organizar seminários por toda a França, alem de dirigir a associação Infinitude e dirigir a publicação Le Messager, já no número 70.
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Capítulo: A PESQUISA INTERNACIONAL

Tradução das páginas 136 à 144


NO BRASIL


               Vejamos agora o que se passa no Brasil. Aqui, como em outros países da América Latina e do Sul, a crença na vida após a morte faz parte da cultura, o que pode talvez favorecer as ligações com o mundo dos mortos, contrariamente ao que podemos constatar no nosso país (França).

               Monique e eu tivemos a oportunidade de ir a São Paulo em agosto de 1997 para participar de uma reunião organizada com o primeiro grupo internacional da época, que, então, se denominava INIT – International Network of Instrumental Transcommunication –, e que já há muitos anos não existe mais. Ao mesmo tempo, nós fomos convidados a participar do Congresso Mundial da TCI, tendo Sônia no comitê da organização, quando, na ocasião, a conhecemos pessoalmente.

               Isto nos permitiu conhecer a natureza dos seus trabalhos e os resultados que ela obtinha, ainda mais que uma parte da sua atividade vinha ao encontro da nossa, quer dizer, a ajuda às pessoas que perderam um ser querido.

               Então, ela conduz pesquisas neste domínio, assim que no campo da TCI vídeo– que nós veremos depois. Antes de praticar a transcomunicação instrumental, Sônia Rinaldi participava de sessões no então IBPP – Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, no qual atuava como médium. Foi durante uma dessas sessões, em 1988, que uma entidade orientou a começarem com os experimentos de  transcomunicação. Nesse mesmo local, semanalmente reuniram-se quatro pessoas, mas as tentativas duraram três anos antes que os primeiros resultados fossem obtidos, sob forma de palavras ou respostas.

               Em 1992, eles repararam que um grupo havia se formado em outra dimensão com vontade de se comunicar, fornecendo-lhes dados precisos em relação a comunicações futuras. Entende-se que formou-se um grupo de amigos espirituais interessados em somar esforços para desenvolver e aprimorar os contatos de lá para cá; através de contatos, pediam-lhes a instalação de um telefone vinculado ao seu computador.

               Sônia conta como isso aconteceu, pois, por falta de conhecimentos técnicos, ela teve que pedir a ajuda de especialistas, que, então, instalaram para ela um telefone sem fio. Isso atendia o pedido, pois já fazia mais de três meses que as entidades insistiam: “Sônia, pegue o telefone”, ou, “Sônia, nos telefone.”

               Sônia disse: “Eu pensava que eles tinham um grande senso de humor, pois, como eles queriam que eu lhes telefonasse?...” Tudo isso porque eu simplesmente ignorava suas recomendações. Mas, como o telefone sem fio se encontrava ao lado do computador, eu o utilizava para estabelecer contato. Mas nas tradicionais gravações voltavam a pedir : “Pegue o telefone”. Mais por ironia, eu peguei o telefone e lhes respondi: “Está bem; eu peguei o telefone. E agora?...” Eu esperei por alguns segundos, procurando intuitivamente uma solução para fazê-lo funcionar. Após a quarta vez eu consegui, e a primeira coisa que eles me disseram foi: “Você nos telefonou.”

               Naturalmente que não se trata de uma chamada tradicional. Nós simplesmente utilizamos o telefone no lugar do gravador. A vantagem do telefone é que ele garante a autenticidade do contato, já que não está ligado à rede telefônica, dentro da forma que o usamos. O aparelho de telefone substitui o microfone e não usa a linha telefônica.

               O procedimento é simples: pego o fone e espero o sinal de linha da rede telefônica, e, sem que se faça nada, alguns segundos depois o som pára completamente. Após isso, o telefone não está mais ligado à rede telefônica, e sua funcionalidade fica reduzida a servir de antena, uma antena bem longa. A partir deste momento, o telefone substitui um microfone.

               É com esta central telefônica que desde março de 2001 Sônia grava no computador a partir do telefone, essencialmente atendendo pais que perderam filhos, seguindo um protocolo pré-estabelecido.

               Sobre o suporte utilizado, Sônia nos deu as explicações seguintes: “Como eu frequentemente observei, o ruído que se fornece como suporte é precisamente o som utilizado por meus amigos espíritos para produzir suas vozes. Sons do ambiente, como barulho de papel sendo amassado, resultarão em vozes fracas e de má qualidade, pois as frequências não são equivalentes às da faixa da voz humana. Tanto que nós não trabalhamos mais dessa maneira. Mas pudemos confirmar que se dermos emissões de rádio ou textos gravados em cassete como ruído de fundo, e essas vozes forem baixas, resultarão em vozes paranormais baixas. Desenvolvemos a partir daí novas técnicas que permitiram chegar a vozes altas e claras.”

               Afora essa técnica do uso do telefone valendo por um microfone, também se pode usar o telefone para auxiliar pessoas à distância. Nesse caso, o procedimento é assim: os pais ligam para a Sônia após terem preparado dez ou 20 perguntas a serem feitas ao falecido. Ela segura uma extensão do telefone enquanto a outra é inserida no centro de onde está sendo gerado o ruído de fundo – este, servindo às entidades que poderão se expressar em tempo real. Esse procedimento permite, então, que se salve o arquivo e que ele possa ser ouvido.

               Os resultados obtidos desta forma parecem bem claros, e a reação dos pais tem sido sempre muito positiva com a descoberta das mensagens registradas.

               Como um exemplo vale mais que um discurso, eis aqui um relato de um contato relacionado a Diego, que Sônia nunca conheceu em vida, falecido em um acidente de moto aos vinte e um anos. Eu só relato as partes mais significativas do contato, já que a gravação completa revelou setenta e duas respostas do jovem falecido.

               Eu utilizarei a letra D (Diego) para as mensagens que supomos ser dele, S (Sônia), I (Iria, a mãe do Diego) e T (Tina, irmã de Diego), já que ambas se dirigirem ao Diego na gravação.

               Após o contato, a mãe reconheceu e validou não somente o conteúdo das frases, revelando a personalidade do seu filho, mas também sua voz. Um outro fato interessante neste contato é o número de vozes obtidas no sentido reverso – singularidade que já foi citada no capítulo sobre o mistério das gravações, neste livro.


O TESTE


               A Iria, residente em Ribeirão Preto - SP, procurou a Sônia devido à partida do seu filho, e desejosa de falar com ele. Estando já agendado, antes do horário marcado para o início da gravação (a Iria ligaria do interior), Sônia sempre faz testes, para dar oportunidade ao falecido de usar e testar os equipamentos. Nesse teste, que depois ela envia em CD para as pessoas envolvidas, já várias respostas foram dadas em voz de jovem rapaz, sendo que pudemos ouvir e nos impressionamos com uma em especial, quando ele disse à Sônia: -“Eu já respondi.”

               Eis alguns dos contatos desse telefonema gravado : 


               Sônia pergunta: “Diego, você me ouviu?”, e ele responde: “Chama-me simplesmente de Didi”, e logo continua: “A mamãe está em êxtase.”


               Isso é curioso, pois sugere que o jovem tinha conhecimento das emoções da sua mãe lá na cidade de Ribeirão Preto, embora estivesse se comunicando em São Paulo, com a Sônia.

               Ele, decerto, se referia a que sua mãe estava nervosa – o que deveria ser o caso, pois dali a pouco ela ligaria para a Sônia para iniciar a conversa com o filho falecido.

               Essa mensagem confirma que nossos amigos espirituais são capazes de perceber o que se passa à nossa volta – não nos ficando claro como se dá esse processo; porém, é possível que seja via equipamentos mesmo, do Outro Lado. Na sequência isso ficou ainda mais evidente.


               Sônia tomou uma foto da mãe e perguntou ao falecido: “Pode me dizer o que tenho na mão agora? Você me vê?”, e Diego responde: “Imagem dela, eu vejo-a daqui.” Pouco antes deste ensaio, outras vozes, além da do Diego, participam da conversa. Uma voz diz: “Você vê sua mamãe?”, e isso está seguido de uma resposta: “Sim, ele vê.” (Temos aqui o exemplo de uma troca de idéias entre entidades do além que fazem comentários sobre o que se passa).

               Ocorrências similares a essas pudemos constatar na Itália – com o transcomunicador Marcello Bacci.


CONTATO POR TELEFONE


               A chamada telefônica de Iria (mãe) e Tina (irmã de Diego) ocorre e iniciam as gravações. Logo no início do contato uma frase é registrada: “Colocar o medidor em zero.” (Sônia explicou que isso ocorreu algumas vezes e deve se referir a controles do Outro Lado.)

               Na sequência houve algo muito interessante. Sônia diz na gravação: “Hoje o Diego vai falar com sua mãe...”, e, nesse ponto imediato, uma voz complementa: “que ama!” Ou seja, aproveitaram a frase da Sônia para dizer do amor do Diego pela mãe. A seguir, Sônia passa a palavra à Iria, para que converse com o filho:


Iria: “É mamãe que fala”.

Diego responde: “Você me encontrou.”

Iria: “Você pode me escutar e me responder?”

Diego: “Você me chamou e estou aqui. Didi está aqui.”


               Segue uma troca, até o momento que a mãe pergunta: “Diego, onde está meu pai? Manda um beijo para ele.” Uma voz grave responde: “Entendi, minha filha! Eu estou aqui, eu estou vivo.”


               A conversa seguiu até que a mãe passou o telefone para a irmã de Diego dar-lhe algumas palavras – dentre o que selecionamos:


Tina: “Diego, é Tina. Onde você vive existe animais? Natureza?”

Diego responde: “Como seu mentor te diz, aqui é maravilhosa a paz. Tudo é maravilhoso.”

(Diego não responde precisamente à questão, mas sugere que foi compreendido.)

Na sequência ocorre algo muito típico: a resposta vir antes da pergunta:

Diego: “Te entendia quando eu ainda estava na Terra.”

Tina: “Você me ouvia quando eu te falava no hospital antes do teu falecimento?”

Diego completou: “Ouvi... morri sem ódio – ‘gritei no quarto’, e ‘eu te chamei’.”


               Numa outra gravação, com outra pessoa, pode-se observar a mudança de compreensão das coisas quando da partida de alguém. Nesse caso, Sônia gravou com uma mãe que perdeu uma filha, falecida em circunstâncias suspeitas – e a jovem falecida registrou:

               “Eu persegui o meu caminho, a justiça toda far-se-á.”

               Sugere uma mudança de percepção dos acontecimentos, quando despojada de seu invólucro físico – pois não estaria revoltada contra quem lhe causou a morte.


               Pela continuação do contato, a mãe, Iria, retomou o telefone: “Filho, você encontrou teu cachorro?”

               Diego responde: “Eu chamo meu cachorro. Gosto disso. O amor é igual.”

               (Inútil dizer que os animais têm uma alma, e os donos, muitas vezes, os reencontram e têm a possibilidade de vê-los.)


               Como esse contato com o jovem ocorreu pouco tempo antes do Natal, Sônia perguntou ao Diego: “Você confirma que no dia de Natal estará na sua casa, junto da sua mãe?”

               Resposta: “Sim, confirmo.” Mas uma outra voz pergunta, brincando: “Estou convidado?”


               Antes de encerrar o contato, sua mãe fez uma pergunta a Diego a respeito da moto: “O que fazer dela? Devo dá-la a alguém?”

               Respondeu Diego: “Faça como você achar melhor – paz agora eu te deixo.”


               Pode-se notar a riqueza do contato, ainda que tenhamos aqui usado apenas pequena parte da gravação. A mãe confirmou vários detalhes da gravação, inclusive que o apelido do filho era Didi, coisa que Sônia não sabia.

               Não devemos esquecer que Sônia Rinaldi trabalha em estreita colaboração com um grupo de entidades do além e que isso deve ajudá-la muito.


               Nós mesmos temos o costume de solicitar nossos amigos do além para nos ajudar quando realizamos sessões de experimentação com nossos associados, mas provavelmente não temos a mediunidade necessária – embora saibamos que Sônia não concorda com essa visão. Para ela, a prática da TCI dispensa qualquer mediunidade.


               Sem detalhá-lo, eis simplesmente o contexto de um outro contato realizado por Sônia. São centenas, milhares... que ela grava e muitos os que nos envia. Faremos referência ao caso do contato com a jovem Edna, falecida num acidente quando tinha dezesseis anos. O interesse neste contato especificamente reside no fato de que algumas mensagens dessa gravação foram escolhidas para uma análise comparativa de voz.

               Vários contatos ocorreram por telefone entre a mãe, Cleusa, e sua filha adotiva, Edna. No dia do aniversário de Edna, Sônia decidiu fazer um presente à sua mãe, tentando um contato. A gravação foi realizada com uma fonte sonora (o suporte, ou ruído de fundo como chamamos) constituída pela leitura de 3 CDs contendo só sons incompreensíveis, nos quais não havia nenhuma palavra em português (língua utilizada no Brasil). Assim, foi totalmente excluído que se possa formar frases coerentes, ainda mais tendo a soma de 3 sons aleatórios. Há que se observar que as 3 fontes, no momento em que ocorre os contatos, se transformam numa única voz, com frases coerentes com as respostas, e claras. Ademais, uma grande parte das vozes gravadas por Sônia foi obtida sem nenhuma fonte sonora, só os barulhos ambientais.

               Seguindo o procedimento habitual, Sônia pediu à Cleusa, com a qual estava falando pelo telefone, para dirigir-se diretamente à Edna.

               A ligação durou mais ou menos quinze minutos e foi um sucesso que permitiu registrar 78 mensagens com a voz muito próxima da voz de Edna quando estava viva. Deste conjunto, algumas amostras foram escolhidas e enviadas à Itália para uma análise comparativa, como veremos adiante. (Em amplo estudo, o engenheiro Danielle Gullá, do respeitado “IL Laboratório”, sediado no norte da Itália, constituído de 52 páginas, concluiu pela semelhança da voz da falecida Edna com sua voz quando vida. Detalhes adiante).



Nota: O autor volta a falar do Brasil no capítulo sobre as autenticações de vozes obtidas em laboratório, gravadas por Sonia (páginas 193 à 200); mais adiante, aborda sobre as imagens capturadas em vídeo pela experimentadora brasileira nas páginas 210 à 212).